A Profecia dos Papas pode ter começado. Na manhã desta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o mundo recebeu com pesar a notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano.
Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Argentina, em 1936, ele foi o 266º papa da Igreja Católica e o primeiro a vir da América Latina. Sua eleição em 2013 representou não apenas uma quebra de tradição geográfica, mas também de postura pastoral: Francisco rapidamente se destacou por sua humildade, simplicidade de vida e preocupação constante com os pobres e excluídos.

Durante seus 12 anos de pontificado, Papa Francisco promoveu uma série de reformas internas na Igreja, enfrentou questões delicadas como os escândalos de abuso sexual, buscou a reaproximação com outras religiões e defendeu causas sociais urgentes, como o combate à desigualdade, a preservação do meio ambiente e o acolhimento a migrantes e refugiados. Em sua última aparição pública, durante a bênção de Páscoa em 20 de abril, já debilitado por problemas respiratórios e renais, transmitiu uma mensagem de esperança e fé — que agora ressoa com ainda mais força diante de sua partida.
Com a morte do pontífice, inicia-se o período conhecido como sede vacante, durante o qual o camerlengo, cardeal Kevin Farrell, assume a administração provisória do Vaticano, e os cardeais do mundo todo são convocados para o conclave que elegerá o novo papa. Em momentos como este, antigos temores, crenças e profecias voltam à tona, sendo a mais notória delas a chamada Profecia de São Malaquias, que tem alimentado o imaginário popular por séculos.
A Profecia de São Malaquias e o “Último Papa”
A Profecia de São Malaquias, atribuída ao arcebispo irlandês Malaquias de Armagh (1094–1148), é uma lista de 112 lemas latinos que descreveriam simbolicamente todos os papas, de Celestino II (eleito em 1143) até o último papa antes do Juízo Final. De acordo com essa profecia, o último pontífice, identificado como “Petrus Romanus” (Pedro Romano), governaria em tempos de grande tribulação, e sob seu comando, Roma seria destruída e Deus julgaria a humanidade.
O lema atribuído ao Papa Francisco, segundo interpretações modernas da lista, era “In persecutione extrema S.R.E. sedebit”, que pode ser traduzido como “Durante a última perseguição da Santa Igreja Romana reinará”. Isso levou muitos estudiosos e curiosos a considerarem Francisco o penúltimo ou até o último papa da lista, dependendo da forma como se lê e interpreta o texto. Com sua morte, intensificam-se especulações sobre se o próximo eleito será, de fato, o temido “Pedro Romano”, o sinal de um possível colapso espiritual ou mesmo físico da Igreja — e do mundo como o conhecemos.
Contudo, é importante destacar que a autenticidade da profecia é amplamente questionada. Muitos estudiosos acreditam que ela foi escrita no século XVI e retroativamente forjada para acertar os papas passados e apenas sugerir os futuros. A Igreja Católica, por sua vez, nunca reconheceu oficialmente a profecia, considerando-a mais como uma curiosidade histórica do que como revelação divina. Ainda assim, ela continua a ser mencionada em tempos de transição papal, alimentando o fascínio e o temor em torno dos grandes mistérios da fé.
Legado e Reflexões Finais sobre a Profecia dos Papas
Independentemente de profecias apocalípticas, o legado de Francisco é incontestável. Ele buscou modernizar a Igreja sem romper com suas raízes, defendendo o diálogo, a escuta e a compaixão como pilares centrais da missão cristã. Foi um papa que enfrentou o mundo com coragem e autenticidade, sendo muitas vezes criticado por setores mais conservadores da Igreja, mas profundamente admirado por milhões que viram nele um verdadeiro representante do Evangelho de Jesus.
Seu falecimento deixa um vácuo não apenas institucional, mas espiritual. Em tempos de tantas incertezas políticas, sociais e ambientais, a figura de Francisco era vista como uma bússola moral. A expectativa em torno do novo papa será, portanto, não apenas eclesial, mas também simbólica: quem será o escolhido para conduzir a Igreja neste momento crítico? Será alguém que dará continuidade ao legado progressista de Francisco? Ou um retorno ao tradicionalismo?
Enquanto o mundo observa o Vaticano com atenção, a lembrança de Francisco seguirá viva. E as profecias, embora envoltas em misticismo e incerteza, continuarão a provocar reflexões sobre o destino da humanidade — e sobre o papel da fé em tempos de mudança.
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